As palavras que não são tão bonitas e a janela embaçada
Se eu pudesse entender as palavras que estão por trás das mesmas que sempre insistem em descrever o que é indescritível. Se todas as palavras, que descrevessem toda a inquietação, e se toda a intensidade das coisas que passam pela mente como uma nuvem carregada de chuva pudessem ser escritas. Não aconteceria.
O que tenho guardado dentro de mim passeia pelas minhas veias como uma quimioterapia das piores que existe, como o remédio que nunca quis tomar.
Por muitos dias não sabia o que escrever ou imaginava que as palavras fossem muito cruéis para as pessoas que lêem o que escrevo no cantinho reservado da minha mente inquieta.
Como quem assiste as coisas acontecendo do outro da lado da janela embaçada, passo os meus dias levando a vida como se tudo estivesse normal e como se eu estivesse realmente muito bem. Quando na verdade tive vontade de me desfazer das aparências e finalmente mostrar como é difícil ter câncer pela segunda vez.
Uma vez, enquanto esperava para fazer o PET, numa sala branca, muito impessoal, com revistas velhas e quadros abstratos na parede limpa, como em quase tudo nos hospitais, cheia de pessoas estranhas, mas que tinham a mesma expressão no rosto, paradas, quietas. Uma das senhoras, com um incrível capacete de laquê se pronunciou, como se estivesse desabafando: -Ninguém me perguntou se eu queria fazer esse tratamento - respirou fundo - Eu já estou velha, já vivi tudo que tinha para viver. E ninguém perguntou nada. Quando descobriram a doença apenas disseram o que eu tinha que fazer-
Talvez seja uma coisa que todos os que tem câncer tem em comum, a sensação de impotência. Em relação a quase tudo. Você vai vivendo a sua vida da melhor forma possível. Da melhor forma que a doença permitir.
Mas se não é assim que você quer viver o esforço vai ser dobrado. Eu escolho o esforço dobrado e não abro mão de nehum dia que Deus me dá.
Todos os dias digo mim mesma que este tormento está perto do fim, e acredito nisso, de verdade, mas como disse Aninha: não existe vitória sem luta.
Coloquei uma pulseira verde na mão, para lembrar que não sou a única que passa por isso todos os dias. Se você ainda não é doador de medula, eu não tenho mais palavras para dizer o quanto isso é importante para uma pessoa que esperou por isso por muito tempo, que depende disso para ter uma vida normal, ou apenas uma vida. Para você pode ser apenas um pouco de sangue mas para quem precisa pode ser a única chance.
"Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens" João 1.4
O que tenho guardado dentro de mim passeia pelas minhas veias como uma quimioterapia das piores que existe, como o remédio que nunca quis tomar.
Por muitos dias não sabia o que escrever ou imaginava que as palavras fossem muito cruéis para as pessoas que lêem o que escrevo no cantinho reservado da minha mente inquieta.
Como quem assiste as coisas acontecendo do outro da lado da janela embaçada, passo os meus dias levando a vida como se tudo estivesse normal e como se eu estivesse realmente muito bem. Quando na verdade tive vontade de me desfazer das aparências e finalmente mostrar como é difícil ter câncer pela segunda vez.
Uma vez, enquanto esperava para fazer o PET, numa sala branca, muito impessoal, com revistas velhas e quadros abstratos na parede limpa, como em quase tudo nos hospitais, cheia de pessoas estranhas, mas que tinham a mesma expressão no rosto, paradas, quietas. Uma das senhoras, com um incrível capacete de laquê se pronunciou, como se estivesse desabafando: -Ninguém me perguntou se eu queria fazer esse tratamento - respirou fundo - Eu já estou velha, já vivi tudo que tinha para viver. E ninguém perguntou nada. Quando descobriram a doença apenas disseram o que eu tinha que fazer-
Talvez seja uma coisa que todos os que tem câncer tem em comum, a sensação de impotência. Em relação a quase tudo. Você vai vivendo a sua vida da melhor forma possível. Da melhor forma que a doença permitir.
Mas se não é assim que você quer viver o esforço vai ser dobrado. Eu escolho o esforço dobrado e não abro mão de nehum dia que Deus me dá.
Todos os dias digo mim mesma que este tormento está perto do fim, e acredito nisso, de verdade, mas como disse Aninha: não existe vitória sem luta.
Coloquei uma pulseira verde na mão, para lembrar que não sou a única que passa por isso todos os dias. Se você ainda não é doador de medula, eu não tenho mais palavras para dizer o quanto isso é importante para uma pessoa que esperou por isso por muito tempo, que depende disso para ter uma vida normal, ou apenas uma vida. Para você pode ser apenas um pouco de sangue mas para quem precisa pode ser a única chance.
"Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens" João 1.4
Comentários
cada texto teu tem uma beleza singular, e eu fico lutando com as palavras procurando como dizer algo que não seja tão inútil.
Mas estás no caminho certo. Continua confiando nEle.
Vim desejar um ótimo Natal recheado de boas vibrações, de esperanças e certezas que esses dias obscuros estão se findando!
2010 somente novidades pra Ti!
Bjus no coração,.
"... o teu passado e de milagres, o teu presente e de milagres e o teu futuro DEUS proverá um milagre novo pra se contar, olhos não viram ouvidos não ouviram o que DEUS havia preparado pra ti eu so que sempre há um novo milagre e eu sei q vc vai contar."
Desejo sinceramente que você saia vitoriosa dessa luta...beijo carinhoso